sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Jamais me esqueça




Chega de dúvidas, agora são só certezas.
Eu sou aquele que te persegue nos sonhos mais sombrios.
Eu sou aquele mistério nos romances policiais.
Eu sou a chuva que ainda não veio.
Sou dias de sol e noites chuvosas.
Sou mal feito de voar, mas sou livre de pensar.
O poeta que morreu e ressuscitou.
O ladrão de seu bem mais precioso.
E vou pegar carona numa calda de cometa.
Sou afago, arraso, e do mundo.
Sou a metade faltante, ausente, e esperada.
Sou o desejo do inconsciente.
Sou o corpo.
Sou a alma.
Sou deus e o demônio.
Sou o inocente da guerra, o causador da morte.
Sou o rei do baralho.
Ás de espada.
Sou a confusão e o caminho.
A fé branca como a neve.
Esperança clara como o luar.
A sede de uma matança.
A espera de um milagre.
A vida dourada.
Já fui metamorfose ambulante.
Eu sou o inicio, o fim e o meio.
Eu sou eterno.
E eternamente quem sou eu.

sábado, 11 de outubro de 2008

E o passado?


O passado é uma mancha ou uma fotografia.

Já fui idiota, já fui insensato.

Já fui insensível, já fui impensável.

Já fui inconseqüente e irresponsável.

Já fui imaturo e já fui imolado.

Intrínseco, inviável, irresistível e exagerado.

Inconfundível, incompatível, emoldurado.

Incansável, incurável, exacerbado.

Me atirei, mas muitos “i” já sumiram.

E hoje já não interessam, hoje eles são passado

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Os Óculos



Há certo? Há errado?

Os óculos não são naturais.

Caso exista certo e errado,

Ele é errado!

domingo, 5 de outubro de 2008

Cantos em contos




Contos achados em cantos.

Cantos cheios de encantos em contos.

Contos criado em contos de cantos.

No conto da conta.

No, conta do conto.

Cantos achados em contos.

Canto comum de cantos e encantos.

Conto crivado de contos e contos.

Na conta do conto.

Na, conto da conta.

Contos achados em contos.

Conto calado de conto em conto.

Canto cegado de encantos em cantos.

Nu conte do conto.

Nu, conto do conte.

Cantos achados em cantos.

Conto coberto de contos em contos.

Canto com decanto e conto.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O Nascimento do Sol

O sol é que torna meus dias mais calorosos, menos sombrios, vivo, claro.

E é você meu nascer do sol, que me dá forças pra tornar minhas noites um pouco suportáveis. Tu me fazes passar imune pelos pesadelos dos dias nublados, escuros.

É o sol que ilumina meu ser, reflete meu estar.

Da luz, resultam nas plantas as flores.

Um punhado de cores harmoniosas de beleza natural inquestionável.

Luz é vida que quando dá de encontro com os prismas das almas se divide em arco-íris.

Os dias nublados são inevitáveis e perigosos e em qualquer dia de sol o tempo pode fechar.

Às vezes fecha pra bem, aliás, é preciso um pouco de chuva.

Sem água e um pouco de escuridão não existe firmamento.

É a chuva que mata a sede da terra, uma sede de alivio, de ser vivo.

Purifica, tonifica e amolece até que lhe seja permitido chorar de novo e de novo ter energia.

Entretanto a chuva pode ser violenta, como toda boa necessidade, mas ao fim de toda tempestade quem nasce em meio às nuvens escuras trazendo a calmaria é o sol.

E com o ciclo o suprimento. A força que faz a terra girar.

Mesmo podendo ser dolorido, é bom e traz descanso.

Noites de vez em quando passam silenciosas, mal amadas, mal entendidas.

É difícil se ver na escuridão.

Por isso que a esperança de um dia claro é o que nos leva ao movimento da vida.

Pode chover, pode chorar, pode escurecer. Nada impede que o sol nasça pela manhã. Por mais que esteja por trás da distância, dos morros, do céu.

E como caminhante noturno que sou, de conhecer muito bem as noites, e desejar sempre pelos dias, vejo as noites morrerem e os dias nascerem.

E mesmo no anseio do silêncio, o amor do qual sempre fugiu fala mais alto. Dia.

É você quem eu vejo no horizonte movendo as engrenagens fazendo o sol nascer e fazendo-o da forma mais simples, bela, natural, magnífica, estonteante e artística possível, com requintes de exagero que faz com que este nascer do sol seja mais que divino.

És tu a responsável pela festa no céu nunca antes vista ao longo da caminhada.

Meu nascer do sol.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Parafraseando

Clarice Lispector

"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome"






Essa é pra vc Cris