O sol é que torna meus dias mais calorosos, menos sombrios, vivo, claro.
E é você meu nascer do sol, que me dá forças pra tornar minhas noites um pouco suportáveis. Tu me fazes passar imune pelos pesadelos dos dias nublados, escuros.
É o sol que ilumina meu ser, reflete meu estar.
Da luz, resultam nas plantas as flores.
Um punhado de cores harmoniosas de beleza natural inquestionável.
Luz é vida que quando dá de encontro com os prismas das almas se divide em arco-íris.
Os dias nublados são inevitáveis e perigosos e em qualquer dia de sol o tempo pode fechar.
Às vezes fecha pra bem, aliás, é preciso um pouco de chuva.
Sem água e um pouco de escuridão não existe firmamento.
É a chuva que mata a sede da terra, uma sede de alivio, de ser vivo.
Purifica, tonifica e amolece até que lhe seja permitido chorar de novo e de novo ter energia.
Entretanto a chuva pode ser violenta, como toda boa necessidade, mas ao fim de toda tempestade quem nasce em meio às nuvens escuras trazendo a calmaria é o sol.
E com o ciclo o suprimento. A força que faz a terra girar.
Mesmo podendo ser dolorido, é bom e traz descanso.
Noites de vez em quando passam silenciosas, mal amadas, mal entendidas.
É difícil se ver na escuridão.
Por isso que a esperança de um dia claro é o que nos leva ao movimento da vida.
Pode chover, pode chorar, pode escurecer. Nada impede que o sol nasça pela manhã. Por mais que esteja por trás da distância, dos morros, do céu.
E como caminhante noturno que sou, de conhecer muito bem as noites, e desejar sempre pelos dias, vejo as noites morrerem e os dias nascerem.
E mesmo no anseio do silêncio, o amor do qual sempre fugiu fala mais alto. Dia.
É você quem eu vejo no horizonte movendo as engrenagens fazendo o sol nascer e fazendo-o da forma mais simples, bela, natural, magnífica, estonteante e artística possível, com requintes de exagero que faz com que este nascer do sol seja mais que divino.
És tu a responsável pela festa no céu nunca antes vista ao longo da caminhada.
Meu nascer do sol.