quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Flores no Jardim

Os anos que se passa, são como as flores!
Quando cultivadas alegremente e repletas de amor
Florescem em beleza natural, vívida e iluminada
Assim como o sorriso de uma bela mulher

Desta maneira, como no ditado popular
Ao completar mais um ano de vida
Desabrocha uma nova flor

Distante, admiro a chegada do novo verão
E para a musa inspiradora destas palavras
Aquela que envelhece em felicidade
Deixo o sincero desejo de meu coração

Que não lhe falte sabedoria e perspicácia
Que o tempo possa fluir como águas refrescantes
E desta maneira que sua mente permaneça afiada

E que suas palavras se tornem mais
+ suaves, + profundas e estimulantes
Mais capazes de voar e de tocar
A alma de um bruto como eu

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A droga do amor

Todos nós, mesmo os mais sozinhos como eu, procuram sempre encontrar algo que dê sentido a vida, quando na verdade não há o que procurar. A verdade é que não passamos de animais idiotas com a capacidade de pensar racionalmente se pautando da lógica, mas essa frase não tem lógica nenhuma. E por isso passamos a vida inteira tentando entender e procurando respostas para tudo aquilo que aprendemos e vivemos. Infelizmente não há uma resposta satisfatória, mas a ciência nos transborda com elas.
Veja o amor, a maior e mais perigosas das drogas, que por muitas vezes é confundida com um sentimento inocente e essencialmente bom. Não passa de um monte de reações químicas produzidas no âmago de nossa alma fisiológica, que ao experimentarmos pela primeira vez, nos torna dependente e obcecados por viver essa experiência outra vez.
Desta maneira passamos a vida inteira procurando aquela que seria nossa alma gêmea, ou fugindo dela. Todo usuário de drogas sabe que se combate o vício ou se luta contra ele. Eu prefiro o combate, nasci guerreiro e idealista, mas sei que sou fraco e é por isso que o amor me dá medo.
A palavra em si já me causa arrepios e então me escondo e afasto de mim qualquer idiota que acredite nesse tipo de coisa.
De ilusão basta a vida.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O Segredo

Que vou revelar em palavras
Sonhos e detalhes secretos
Quase como em um dialeto
Guardado a sete chaves

Prestes a ser revelado
Como pequenas lembranças
Que fazem toda a diferença
Breve sentimento cósmico

A quem eu quis enganar
Senão a eu mesmo, só?
À imagem, a beleza, a luz
Me encantou desde o início

Soube, mesmo a contragosto
Que agora estava perdido
Pois havia sido arrebatado
E deslumbrava o poder divino.

Os cabelos como em cascata
Dourada e repleta de luzes
O olhar compenetrante
Marcante e profundo

O toque macio da pele
A presença onírica
O desejo adormecido
Desperta toda a noite

Amo a energia que sinto
Em conjunção com a sua
Que dança através da lua
E me faz pensar...

Revelo ou não revelo?
Me encontro frente ao dilema
Do segredo que é meu presente
E na verdade é um poema.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A inspiração

Vem da respiração, vem do cheiro
Daquele que inunda e quase nos afoga
E mesmo que por vezes desastrosas
Afogaste minha angústia de viver
Por hora me deixa apreensivo
Numa leve distância a perceber
Voa como pássaro em palavras
Que repousa em galhos pensativos
Firmando desejos inconscientes
Sonhadores, dorminhocos e vorazes
Arrebatador em seu jeito de ser
Contagiante de diversas maneiras

Mas toda inspiração tem seu fim
Por mais exuberante em exibir beleza
Ou por ser sutil em sustentar leveza

domingo, 30 de junho de 2013

Noites sem fim

Nessa madrugada fétida em um pântano de solidão
Vejo a lama negra me sujando a alma em podridão
Ouço as aves funestas agitadas com a doce refeição
Da minha vida que se esvai aos poucos na escuridão

Cada passo adiante me afunda ainda mais na sujeira
Minha prece inquieta é de que isso seja brincadeira
Dos deuses marotos que divertem em suas liteiras
Enviando sem dó e compaixão suas sortes matreiras

Que nem os ossos sejam visíveis após a consumação
Nessa desgraça alheia onde muitos encontram diversão
Palavras tortuosas saltam em busca de direção
Está condenado, o esforço é em vão
Não há salvação

Está morto e relutante
Rumo a morte ofegante
Não há luz nem saída
Desista
Aprecie a despedida

Lutou enquanto teve forças
E isso foi até o ultimo segundo
Agarrou-se no que encontrou
Porém perdeu-se no mundo

Hoje tem a respiração lamacenta
De seu espectro sobrevivente
Que causa medo e afugenta
Aqueles que possuem alma vivente

Vagou pela noite eterna sob a luz da lua
Com somente o lodo a esconder a pele nua
E com a natureza morta a lhe servir de rua
Agregando tormentos a sua carne crua

Os poucos que o viam congelavam de pavor
Era pele e osso do que foi homem de valor
Sua voz era clara como um grito de dor
No peito carregava o que um dia chamou amor

Foi corrompido, corroído, dilacerado
Serviu de alimento à feras ainda vivo
Antes tivesse morrido ao ser perdoado
Mas não podia desistir de seu objetivo

Essa foi sua perdição
Padeceu esfomeado, enlameado
Entristecido, solitário
E sua alma transformou-se em barro

domingo, 23 de junho de 2013

À um futuro sempre sorridente

Com as palavras que veem com a brisa pelo ar
Te desejo, no mínimo, mil e uma noites de alegrias
E mesmo que no caminho haja tormento e lágrimas
Que essas noites possam alegrar toda sua vida

Por que o futuro é incerto,como a beleza de uma fotografia
Que registra através de sonhos nossas melhores expectativas
Mas é certo que toda noite longa acaba em um novo dia
Assim como um desejo é dormente até que se realiza

O importante pra ser feliz é nunca deixar de acreditar
Mesmo que as nuvens escondam nossa bela lua
Ou que as estrelas pareçam chorosas de tanta chuva
Lembrar, até a morte, que elas jamais deixam de brilhar.

Façamos como até a pouco, quando ainda éramos criança
E mesmo com o espírito mais velho, manter a esperança
Por que nem todo dia traz felicidade, mas ao nos permitir
Cedo ou tarde o tempo abre a nos dizer: continue a sorrir.

Um sorriso diário, despretencioso, que seja breve ou suave
Alivia o peso das horas, ilumina a alma e renova a idade
Colore os dias cinzas e sem graça até que nos empolga
Por isso, sorria sempre, até a vida lhe sorrir de volta

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Abecedário

Agora aviso apressado
Bole um brinquedo bonito
Chore com convicção
Demande direcionamento
Esqueça o estatuto do estado
Faça o futuro fácil
Grande, grosseiro e gélido
Homenageie homens honestos
Inicie, invista, impere
Jogue um jargão de Jesus
Lute loucamente no luto
Malicie o mundo mortal
Negue a novidade natural
Orgulhe-se do ócio ordinário
Pare de perder poder
Quantifique o que quer
Recupere a reles razão
Sustente suas saudades
Transite em todas as trevas
Uive unicamente em união
Vista várias vestimentas
Xote o xamã xereta
Zombe o zunido zeloso

Que Pena


Ofendeu-se com palavras pequenas
Foi embora com rancor, cheia de ódio
Quis matá-lo a distância, mas era impossível
E isso a deixou mais frustrada que antes
Enfim deixou pra lá aquela bobeira
Voltou a vida de menina feliz
Como sempre foi antes da ousadia
Do velho escroto que a aborrecia
Nenhuma paciência dava conta
De tanto ego ferido mal intencionado
Que o maluco ostentava pelas ruas
Como algo belo a ser admirado
Mas era odioso como um dia de chuva
E amores que não se sustentam no verão
De repente algo mudou e ninguém sabia
Ela sentiu falta e um frio na barriga
O velho se foi a deixando de vez
Desenhando um abraço invisível
O desejo de ter tido uma chance
E de que aquilo não fosse só ilusão

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Bufando

Estou de vermelho
Talvez seja isso
Que tenha atiçado
O touro nervoso

Não há explicação
Para ser tão agressivo
Um bicho tão bonito
Que bufa de ambição

Me ataca sem razão
Mesmo eu quieto
Escondido no canto
Sem chamar atenção

É instinto ou sina
Com a cor da paixão
Que guia seus passos
Na minha direção

Sai de mim animal
Sedento por sangue
E energia de destruição
Em sua rota de colisão

Eu não tenho culpa
De ostentar sem querer
As cores do amor
E caminhar nesse ton



domingo, 9 de junho de 2013

Meu ponto fraco

Deve ser os olhos, só pode ser
Como foi em todos os outros grande amores
Deve ser a cor que me hipnotiza
Guiando-me para outras dimensões

Onde eu passo a acreditar no amor
Do tipo que eu não vejo mais no mundo
Por que nós, seres humanos, somos egoístas
E não temos tempo de nos entregar



quinta-feira, 6 de junho de 2013

Os Mestres do disfarce

Esse disfarce é todo meu, é todo teu, é todo nosso.
Como se não fosse verdade, como se não fosse real.
Como se não fosse possível, mas é mentira.
Negamos, ocultamos, escondemos
Só pra não levantar suspeitas.
O que diria ele, se a visse partir?
O que faria ela se o visse sorrir?
Nada se diz, o disfarce deve permanecer.
Não se pode chamar atenção.
Senão o que seria do mistério?
Onde estaria o segredo tão bem guardado?
Nada desafia o tempo
Nem os grandes disfarces
Ou seria possível um desejo
Ir além da eternidade?
E digamos que só por hoje
Eu não queira disfarçar
Nem a palavra
Ou o não dito
Ou a maestria
Também ao revelar.

#

Os poemas que estiverem marcados por esse símbolo, representam os poemas que foram compostos para uma determinada musa inspiradora, a qual admiro muito atualmente. Como é mais um dos meus romances insanos e impossíveis, platônico, quis destacá-lo, pela força desse sentimento em mim e a grandeza da inspiração.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Morte em 7 versos

Foi morto por descuido
Há quem diga que foi descaso
Mas em todo caso o poeta
Estava esfacelado.

Suas palavras perduraram
Já que não há como mudar o passado
E apesar de estar um pouco arrependido
Tudo que disse já estava gravado

Quando em palavras escritas
Expressou tudo que sentiu
E como na armadilha caiu
Sempre com palavras bonitas

Em outras oportunidades
Expressou-se em cantos
Sendo um cantor malandro
Viajando por várias cidades

Mas o poeta não teve poema recitado
Sua voz calou-se no peito junto ao grito
Foi abafada pela distância de seu objetivo
Vítima de sentir-se só e desolado

Fez tudo que estava ao seu alcance
Viu a morte lhe sorrir de cima da estante
Triste a esperou chegar sem esperança
Passou e deixou um corte na garganta

Esvaiu-se de inspiração como a murcha flor
Ainda pensou nela em seu ultimo suspiro
E desejou com a morte um novo futuro
Para que mesmo longe ela pudesse enfim ouvir seu clamor.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Com a leveza de palavras insustentáveis

Eu andei fazendo muitas homenagens a você
Já declarei o meu amor.
Mas a distância e o acaso me fez grato
Por jamais a ter conhecido.
Ah, como a amo, mas não passa de ilusão.
Ilusão que logo passa, como bolha de sabão.
Porque amar é fantasia.
E isso que não existe entre nós nunca daria certo.
Tu és certa por demais
Para o meu completamente errado.
Eu sou homem quebrado.
Enquanto tu exibe um brilho intocável.
Carrego comigo escuridão e alma negra.
Pecados imperdoáveis que me excluem da salvação.
Tu és, quase nada, como um anjo alado.
Depois de clamar compaixão observo calado.
De longe, admirado e pensando.
Quem sabe em outra vida
A gente tenha se encontrado.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Vá se Foder

Foda-se você e o seu mundinho perfeito
E toda essa sua estupenda realidade
Eu vivo de sonhos e pesadelos
Não tenho tempo pra mediocridade

Dia do Abraço

Hoje eu estou vendendo meu amor por um preço barato.
"Mas como você se vende dessa maneira, não tem amor próprio?"
Tolos são vocês que acham que o ser humano é capaz de amar.
Enquanto todos acham que sabem tudo, eu só peço um abraço.

E só porque hoje é dia de ser abraçado.
Vocês não veem que o amor é só uma brincadeira?
Que os deuses brincam conosco pra nos enganar?
No fundo, tudo o que vivemos tem pouco significado.

Abrace seu vizinho, seu cachorro ou seu inimigo.
Ou guarde pra si em um laço de braços cruzados.
Deixe de lado qualquer incerteza e dê um sorriso.
Quando é de coração, tem grande efeito, mesmo atrasado.

sábado, 18 de maio de 2013

Autenticidade Abençoada de Domingo

A vela foi acessa para a Entidade
Em prol de todos aqueles
Que põem a força a  prova
No domingo a tarde dessa mocidade

Que esta luz seja a guia
E as energias se encontrem
Compartilhando informações
Elevando a sabedoria

Quer seja moça ou seja moço
Aos irmãos, colegas e amigos
Recebendo em desaviso
A dádiva depois do almoço

Autêntica
Iluminada
Única
Inviolável

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A Sereia e o Ermitão

Trago um ramalhete que não quer murchar
Com um livreco nas mãos te presentear

A história de um novo amor.
Um afago dengoso em que revelo o desvelo

De uma sereia certeira e de um ermitão
Ela de brincadeira, ele de solidão

Ela é bonita
Suave
E extrovertida

Ele é ingenuo
Doce
E surrado

Ela destina
Sorriso
E investida

Ele sem jeito
Evita
Atrasado

Ela sorri
Ele desmancha

Ele aprendiz
Ela se encanta

E mesmo brincando
Ela o amou também

E foi assim
Que um amor foi eterno
Até que chegou ao fim.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Um Poema para Minha Mãe

Hoje minha mãe faz aniversário
Parece um dia comum, ensolarado.
Eu nada havia preparado
Então pensei em um Relicário

Já que toda mãe é uma santa
A partir do momento que se dá a vida
Sendo essa a maior honra recebida.
Que ao nascer, envolve-nos com uma manta.

De amor, carinho e admiração
E nos põe a deitar sobre o coração
E nos protege a vida inteira
Dos dias difíceis e também durante a brincadeira.

Ó minha querida progenitora
Contando flores, dá quarenta e seis.
Eu te amo muito, porque se não fosse por ti.
Não existiria nada de mim.

Do seu filho poeta e aventureiro,
Que te ama por inteiro,
As palavras pra guardar na caixa de sua santidade
Enquanto ainda tiver idade.

Detalhes

O cabelo loiro
O brinco de bolinha dourado
O pirata pendurado no pescoço
A cor dos olhos
O furinho no queixo
O dedão com esmalte vermelho arranhado
A voz um pouco rouca, gostosa e suave
Da valentia ou do jeito macho
Da resistência ao frio com o seu casaco
E o jeito como segurava o cigarro
Seus são todos estes detalhes
Minhas são as palavras
E a vontade de te dar um abraço

quarta-feira, 8 de maio de 2013

O presente


Prometido para um sábado
Planejado desde a segunda
Uma carta ou um envelope
Enviada com uma caixinha

Era pra ser uma poesia

Então nasceram quatro

Um livro e uma flor

Depois virou música

Quem sabe até serenata
E grupo musical
Uma centena de poemas
Poesias ou poetrix

Uma dedicatória
Uma viagem pra Bonito
Um título
Uma ode a ousadia

Ou quem sabe seja mesmo
Somente a poesia
Que tímida no fim
Chegou adiantada

segunda-feira, 29 de abril de 2013

O Fim

E foi assim que morreu no décimo-terceiro dia.
Um amor imenso, sem fronteiras.
Que distraído foi parar no lixo.
Tudo que foi feito até agora
E dedico a você, fonte da minha inspiração.
Ainda foi feito por mim.
É dedicado, mas é meu.
É egoísmo.
Não fiz algo verdadeiramente em prol
Daquilo que declaro a mim mesmo todos os dias
Dando liberdade a Ciência e ao Pensamento.
Tentando atingir uma espécie de entendimento.
Suspirando baixinho de sofrimento.
Sentindo partir, quebrar.
Ir, sem talvez voltar.
Afastando-se daquilo que queria alcançar.
É assim que morre a vida.
Quando um sonho fica pelo caminho.
E a outro temos que buscar.
Um horizonte diferente.
Distante, longínquo.
Selene.
Totalmente disposto, mas não percebido.
Em momento faltoso, não se sente alívio.
Um quis estar presente.
Outro não aceitou o presente.
E foi-se assim que chegou-se ao fim.
Em Paz, em passagem.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Nunca quis causar-lhe problemas

Desde o primeiro momento, desejei o bem.
Mas a quis só pra mim.
Ela parecia ser muito rara para não ser admirada.
À altura que merece, como uma Deusa.

Em momento algum quis fazê-la sofrer.
Mas o meu egoísmo a feriu.
A dor não se pode evitar
Embora o sofrimento seja opção

Eu sei, que mesmo sem querer,
Eu à atinjo
E sou eu quem escolhe sofrer.

Ela parece sempre tranquila
Como que repleta de paz
Indiferente a qualquer despedida.

A ferida


Na guerra que está por vir.
Ele estava caído.
Havia levado um tiro.
Ela estava solicita.
Com o braço estendido.
Ele a olhou e perdeu-se.
Ela ao ajudar comoveu-se.
Se amaram, pois não havia amanhã.
Sonharam com uma vida de paz.
E queriam comprar uma fazenda.
Onde iriam viver para sempre
Junto com a futura família
Ele queria criar gado.
Ela queria plantar morangos.
Morreram juntos dois meses depois.
Ele no leito de campanha.
Ela ao seu lado segurando a mão dele.
A mesma explosão matou outros mil.
Mas somente aqueles dois que se amavam
Morreram felizes.

Dos segredos que não revelo

Mesmo existindo amor, há também muita escuridão.
Ainda que tenha luz, existe um pouco de rejeição.
Das coisas que eu não falo é que eu tenho medo.
Enquanto corrói-se por dentro de desejo.

Das palavras escritas se revela mistérios.
Das coisas não ditas que se vai ao inferno.
Se falo "eu te amo" mesmo sem amar.
É menos perigoso que um segredo guardar.

Aquilo que mais tememos é que mais escondemos.
O que todo mundo vê nem sempre é o que queremos.
E se um pedaço do segredo vem à tona, corremos.

E lá no fundo do coração mantém-se a esperança.
Como aquela de ganhar um doce quando se é criança.
De um dia levar o monstro pra dançar ciranda.

Contos relâmpagos do amor romântico.

Eles se conheceram na escola aos 6 anos de idade.
Desde o primeiro olhar se amaram mais que tudo.
Mas ainda não sabiam disso.
Foram melhores amigos por quase toda a vida.
Ela se apaixonou por outro.
Ele apaixonou-se também.
Ela marcou casamento.
Ele já teve um neném.
Então se encontraram na igreja.
A paixão despertou.
Amaram-se de uma vez.
Ela deixou o altar.
Os dois fugiram pra Belém.
Lá compraram uma casa.
Ela esperou a criança.
Ele sentiu-se refém.
Um dia brigaram na sala.
E começou a chover
Ela falou-lhe verdades
Ele saiu pra beber.
Ela esperava acordada
Ele tentou se esconder.
Demorou, mas ele voltou.
E então discutiram outra vez.
Ela empunhou uma faca.
Ele sacou uma arma.
Ela mandou apertar o gatilho.
Relampejou e ele atirou.
Ela sujou a parede branca.
Ele enforcou-se em remorso.
Muitos leram a notícia no jornal
Alguns diziam que foi amor.
Mas agora era tarde.
Aquele amor foi assassinado.

sábado, 20 de abril de 2013

A Matemática do Amor

Um e Um são dois.
Dois que se torna um.
Enquanto um é muitos
E outro é mais.

Um, que é Dois
E pode ser Três
Quatro ou quinze
Ou na realidade Nenhum

A lógica do amor
Se transforma
Se transmuta
Se disfarça

A única constante
É que não há nada
Que não possa mudar
Descontraidamente

Um menos pode ser mais
Ao dividir pode multiplicar
E ao quadrado
Pode ser triangulo

Não tem fração
Não tem valor
Mas os números
São infinitos

E assim também
São as operações
Vai e volta
Somando

Sumindo
Voando
Sempre em par
Se espalhando

Subtraindo
Abstraindo
Elevando
O conjunto real

Mas quando é Dois
Que não tem nenhum
Aqui ou acolá
Vire a mesa

Deixe pra lá
No fim das contas
O resultado
É o mesmo

Infinitamente
Ou não
Qualquer equação
É igual a amar.

E sempre que
Chegar ao final
Some
Mais amor.

Aos poucos

Mesmo que ela
Não queira
Eu vou entrar

Dentro da sua
Mente
Ou talvez

Do coração
Silenciosamente
 E devagarzinho

Vou encontrar
Um lugar
Onda possa

Criar um Jardim
Cultivando
Pra Sempre

Essa amor
Até que ele
Possa florir

sexta-feira, 19 de abril de 2013

O encanto

Li em algum lugar
Que encanto é uma forma de abstração
E que abstrair é um canto de ilusão
A te enganar

Quem canta para si mesmo
Que há uma forma de solução
Ou um segredo na contra-mão
Não morre de desejo

É a magia da erudição
Que leva um homem à perfeita virtude
Que molda de forma honesta sua atitude
E traz verdade a esta canção

Encanta por bela e distração
Falando sempre com sinceridade
Com sabedoria na pouca idade
Revelando o ato em sua ação

Feroz, sagaz
Afiada, doída
De mente investida
Com fulgor mordaz

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Do literal a fantasia

Quero Seu Coração
Vermelho, Pulsante
Nas minhas Mãos

Quero vê-lo
Batendo mais Forte
Ao me ver chegar

É pedir muito
Ter mais um coração
Pra acompanhar o meu?

Juntos a bailar
Semeando a paz
Cultivando o amor

Expostos em uma vitrine
Onde todos possam ver
E comentar:

"Olha! Corações Felizes!
Que delícia de conjunto
A nos inspirar"

"Ó, ainda existe amor.
Mesmo que seja
Difícil de acreditar"

Restaurando fé
Aquecendo a alma
Brilhando no olhar.

Revivendo aquele
Que estava abatido
Sem cor, sem ardor

Quero o seu coração
Para que o possa
Admirar.

Vermelho, Pulsante.
Batendo na porta
Querendo entrar.

Ou se aquecer,
Se molhar
E descansar

No braços daquele
Que quer te roubar
Um pedaço.

E se nada disso
For possível
Faremos uma troca

Você cuida do meu
Eu cuido do seu
Até eles se juntarem.

E viverem então
A magia dos livros
Ou um romance real.