terça-feira, 4 de junho de 2013

Morte em 7 versos

Foi morto por descuido
Há quem diga que foi descaso
Mas em todo caso o poeta
Estava esfacelado.

Suas palavras perduraram
Já que não há como mudar o passado
E apesar de estar um pouco arrependido
Tudo que disse já estava gravado

Quando em palavras escritas
Expressou tudo que sentiu
E como na armadilha caiu
Sempre com palavras bonitas

Em outras oportunidades
Expressou-se em cantos
Sendo um cantor malandro
Viajando por várias cidades

Mas o poeta não teve poema recitado
Sua voz calou-se no peito junto ao grito
Foi abafada pela distância de seu objetivo
Vítima de sentir-se só e desolado

Fez tudo que estava ao seu alcance
Viu a morte lhe sorrir de cima da estante
Triste a esperou chegar sem esperança
Passou e deixou um corte na garganta

Esvaiu-se de inspiração como a murcha flor
Ainda pensou nela em seu ultimo suspiro
E desejou com a morte um novo futuro
Para que mesmo longe ela pudesse enfim ouvir seu clamor.

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